quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Dê-lírios


As pessoas têm uma necessidade incontrolável de auto-afirmação, de querer parecer interessantes, diferentes e no fim, todo mundo parece igual.
Conheci tantas feministas ultimamente que a coisa já tá ficando chata. Sério. Parece que é vergonha dizer que quer casar, ter filhos, um marido que acorde mais cedo pra fazer o café no domingo, um cachorro chamado rex. Parece tudo tão ultrapassado para essas garotas, que passam a suspirar segundos depois de ouvir um ''eu te amo'', ainda que esse sentimento seja de veracidade duvidosa.
Pessoalmente, não quero ter isso como ideal de vida, até porque a maioria desses fatos não dependem só de mim, mas de outras pessoas, algumas circunstâncias. Mas, se outra pessoa quer ter, que mal isso faz? E convenhamos que esse é um destino até razoável.
Todo mundo critica tanto novela e esses programinhas de sempre que passam na TV, mas duvido muito que nunca tenha sentado pra assistir, mesmo que seja pra deixar apertar o botão ''off'' do cérebro e não pensar em nada. Aquele blá blá blá de que televisão aliena, que manipula é verdade e a todo mundo sabe há séculos, mas cada um tem o direito de assistir o que quiser e foda-se o resto, minha gente.
Criticamos tanto esse ou aquele estilo musical, mas tem tanta gente que ouve, dança e é muito mais feliz  que quem fica só se preocupando em criticar.
Enfim, tá ficando tão clichê criticar o clichê e todo mundo tá tentando ser diferente de todo mundo e no fim tá ficando tudo igual que quer saber, o melhor mesmo é nem saber o que se quer.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Eu só queria..


Não vou dizer que foi culpa minha não ter dado certo. Ou que foi culpa sua. No máximo a culpa é do destino, da vida, do universo, sei lá.
Não fico mais tentando achar um porquê para esse fim tão estranho, apesar de que tenho minhas teorias.
Tudo mudou muito desde que conversamos pela última vez, naquela festa . Lembro como se o tempo não tivesse passado de sua camisa preferida que sujou de molho e das bobagens que você me dizia porque tomou um pouco mais de cerveja. Lembro que você cuidava de mim e apesar dessa atitude me irritar quando era com outra pessoa, eu achava fofo quando era com você. Você me dizia que eu tinha que encarar a vida com mais leveza, esquecer os problemas e aproveitar aquela noite. A gente dançou aquela música que hoje faz tanto sucesso e naquela época só estava começando. A gente ria de tudo, como se aquela noite não fosse acabar. Mas acabou. a música, a bebida, a festa. A gente acabou.
Lembro que te vi um dia desses passando de carro. Meu coração deu um salto, mas para você parecia que nada tinha acontecido. Você esboçou um sorriso e acenou timidamente. Parecia que queria sair logo dali.  Eu queria ir em sua direção, te abraçar, dizer o quanto você fez e faz falta, o quanto minha vida mudou, o quanto eu mudei, como eu ando mais feliz e realizada. Queria te falar que ando seguindo seus conselhos, que estou me deixando ser mais livre. Queria contar sobre aquele filme que você me indicou e eu detestei, sobre a sua irmã que sempre me dá notícias suas quando me encontra, sobre meu cachorro que ficou doente.Queria te lembrar daquele dia em que a gente se conheceu e que você disse que não gostava de panetone. Queria te chamar pra ir no show de um banda nova que eu acho que você iria gostar.  Mas eu só sorri e acenei de volta. Eu estava sentada com um grupo de amigos que você não conhecia. Novos amigos. Assim como tudo anda tão novo pra mim. E queria te dizer que mesmo em meio de tanta novidade eu ainda guardo um lugar pra você.