O homem não é uma ilha

 Muitos dizem que a tecnologia tem sua parcela de culpa no individualismo da sociedade moderna. Isso não deixa de ser verdade, pois a mesma tecnologia que encurta as fronteiras, aliena.
Vejo, cada vez mais, pessoas totalmente absortas em seus mundinhos. Laptops, celulares e fones de ouvidos, para selarem a separação entre o indivíduo e aqueles que o rodeiam.
Procuram sites de relacionamento para conhecerem pessoas novas e não dão nem bom dia para o colega de trabalho. Procuram relações líquidas, sem laços verdadeiros, tudo rápido: relações fast food. Não nos damos ao luxo de conhecermos o outro, seus medos, sonhos, defeitos..
Hoje não se tem uma convivência para conhecer o próximo, é só visitar seu orkut, facebook, twitter e se tem uma dossiê condensado da vida e uma sentença: é digno ou não de minha convivência.
Vivemos o mito do narciso, que de tão apaixonado por suas feições, ignora a existência de um semelhante. Uma humanidade desumanizada.
Em um mundo assim, a soliedariedade é quase uma lenda, principalmente, porque hoje ela só é praticada, quando em troca, se recebe isenção fiscal.
Até mesmo o papai noel, símbolo da generosidade humana, é uma invenção da coca-cola. Apenas uma jogada de marketing, para incentivar o consumo.
E assim, a praticidade da vida moderna vai destruindo a capacidade do homem se relacionar com o outro.
Então proponho umas férias aos fones de ouvido e celulares, para, assim, nos atrevermos a nos relacionamos com pessoas reais e não apenas com avatares.